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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Depressão


Depressão (do latim depressione) é uma palavra freqüen- temente usada para descrever nossos sentimentos. Em primeiro lugar, depressão não é um estado de tristeza profunda nem desânimo, preguiça, estresse ou mau humor. A depressão, enquanto evento psiquiátrico, é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Mesmo assim, podemos considerar a depressão como natural período de transição. São tempos de mudanças e crescimento, épocas que antecedem novos horizontes de amadurecimento do ser em constante processo de evolução.


Para entendermos melhor essa diversidade de sintomas de- pressivos, vamos considerar que, entre as pessoas, a depressão seria como uma bebedeira geral, onde cada pessoa alcoolizada ficasse de um jeito: uns alegres, outros tristes, irritados, engraçados, dorminhocos, libertinos... A única coisa que todos teriam em comum é o fato de estarem sob efeito do álcool, todos estariam tontos, com os reflexos diminuídos, etc. Na depressão também. Cada personalidade se manifestará de uma maneira.

Na verdade, ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.

Tipos de Depressão

Há dois tipos de depressão: monopolar (não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). A depressão bipolar se caracteriza pelo transtorno afetivo, ou seja, a alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas.

Causas

A causa exata da depressão permanece desconhecida. A explicação mais correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Em nosso cérebro existem mensageiros químicos chamados neuro-transmissores que ajudam a controlar as emoções. Os dois mensageiros principais são a serotonina e a norepinefrina. Os níveis aumentam ou diminuem, mudando nossas emoções. Quando os neuro-transmissores encontram-se em equilíbrio, sentimos a emoção certa para cada ocasião. Quando alguém está deprimido, os mensageiros químicos não estão em equilíbrio. Mas isso ocorre em algumas pessoas e não em outras. Sendo que em certas famílias é mais freqüente. Por isso, a tendência genética ainda é alvo de estudos para que se encontre a causa da depressão.

Eventos estressantes como perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave e pequenas contrariedades, ainda não são considerados fortes suficientes para desencadear depressão. Porém, em pessoas que têm a tendência genética, esses fatores podem se transformar em depressão. Além disso, alguns medicamentos, como os remédios para pressão alta, podem causar depressão. O álcool e algumas drogas ilegais podem piorar a depressão.

Sintomas - Você sofre de depressão?

Como outras doenças, a depressão tem certos sintomas. Uma vez que esses sintomas são reconhecidos, pode-se tomar providências para o tratamento. Faça o seguinte teste para saber se você (ou alguém de sua família ou um amigo) pode estar deprimido. Durante a maior parte das duas últimas semanas, você:

Sentiu-se triste, preocupado ou aborrecido?


Sentiu que sua vida era monótona, sem possibilidades de melhorar?


Tem tido crises de choro?


Ficou irritado com coisas pequenas que antes não o perturbavam?


Não se diverte mais com seus passatempos ou atividades que antes o alegravam?


Sentiu falta de autoconfiança ou sentiu-se fracassado?


Tem dificuldade para dormir, ou tem dormido muito?


Tem dificuldade de concentração ou de tomar decisões?


Tem menos interesse em sexo do que antes?


Tem pensado em morte e/ou suicídio?

Se algumas respostas foram afirmativas, este possivelmente é um quadro depressivo. Mas para afirmarmos que o paciente está deprimido, temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia e quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado, e pelo contrário, movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança, desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.

Tratamento

O primeiro passo no tratamento é consultar o médico que irá estabelecer as causas. Atendimento médico, medicação antidepressiva, aconselhamento e apoio da família e amigos são meios eficazes no tratamento. Orientação, entendimento e cuidados nas dosagens das medicações são os passos fundamentais.


O médico precisa conhecer os sintomas e saber por quanto tempo você tem se sentido deprimido. A visita pode incluir um exame físico e testes laboratoriais. Assim, os problemas físicos podem ser descartados, e o médico irá poder fazer um plano de tratamento efetivo para você. Seu médico poderá fazer algumas perguntas, como:


Alguém em sua família sofre de depressão?


Você está tomando algum medicamento?


Você sofreu alguma alteração ou perda importante em sua vida?


Você tem tido alterações no sono ou no apetite?


Você tem pensado em morte ou suicídio?


Você tem dificuldade de se concentrar no trabalho?


Você tem sentido mudanças no desejo sexual?

Estatísticas

Os períodos depressivos são mais comuns no sexo feminino. Sendo 3,2% no feminino e 1,9% no sexo masculino.

Estima-se que 5,8% dos homens e 9,5% das mulheres passarão por períodos depressivos em 12 meses.

A depressão contínua afeta de 15% a 20% das mulheres e de 5% a 10% dos homens.

Em 20% dos casos, a depressão segue um curso contínuo, especialmente quando não há tratamento adequado.

Embora a depressão possa manifestar-se em qualquer momento, a incidência mais alta é nas idades médias. Mas há um crescimento reconhecido durante a adolescência e início da vida adulta. Portanto, manifesta-se com maior freqüência entre os 20 e 50 anos.

Aproximadamente 2/3 das pessoas com depressão não fazem tratamento. Entre os pacientes que procuram o clínico geral, apenas 50% são diagnosticados corretamente.

A maioria dos pacientes não tratados irá tentar suicídio pelo menos uma vez. Sendo que 17% conseguem se matar.

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